A origem de Santa Isabel do Rio Preto remonta à primeira metade do século XIX, quando da expansão da cultura cafeeira no Vale do Rio Preto.
Dado o isolamento em que viviam os moradores e agricultores da parte norte da Freguesia de Santo Antonio do Rio Bonito, nas proximidades do rio Preto, os principais fazendeiros da zona tomaram a iniciativa de erigir um “distrito de paz”, quando então era “impraticável a boa administração da justiça” naquela zona.
Por iniciativa do capitão Anastácio Leite Ribeiro, foi criada por lei Provincial, em 1849, o curato de Santa Isabel do Rio Preto, freguesia em 1851 e atual distrito de Valença, em 1892. Em meados do século XIX, quando do apogeu da produção do café no vale do Paraíba, é construída pelo governo provincial a estrada “Presidente Pedreira” que objetivava ligar a localidade de Macacos (atual Paracambi) ao sul de Minas, passando por Conservatória, Santa Isabel e Santa Rita de Jacutinga. Não tardou e o pequeno arraial tornou-se parada obrigatória para pouso dos tropeiros que por ali passavam vindos do sul de Minas. Tanto movimento, proporcionou um rápido crescimento do comércio local. A situação melhorou ainda mais com a chegada em 1889 dos trilhos da Estrada de Ferro Santa Isabel do Rio Preto, que ligava o progressivo distrito valenciano ao então povoado de Barra do Piraí, na época, o mais importante entroncamento ferroviário do Brasil! Santa Isabel torna-se então uma das mais pitorescas vilas imperiais da região de Valença.
Nos últimos decênios do século XIX, a produção cafeeira do vale entra em processo de decadência e inevitavelmente Santa Isabel tem seu crescimento retraído. No alvorecer do século XX, o povo isabelense tem seu progresso retomado. O gado substitui o café e o distrito torna-se um dos maiores produtores de leite da região, situação esta que perduraria até os anos sessenta, quando da erradicação dos trilhos da Estrada de Ferro.
O trem que alavancou o progresso de Santa Isabel é o mesmo que levou embora as possibilidades de desenvolvimento. O isolamento é inevitável. Graças a esse isolamento, o povo valenciano tem hoje no seu terceiro distrito uma parte de sua história preservada. Desta vez, não são os imponentes casarões neoclássicos, hoje tão procurados pelos turistas, mas o “jeito simples de ser do isabelense”. Seja na sua calma, como se o tempo não fizesse diferença, nos “causos” do pessoal reunido na praça da igreja. Nos olhares curiosos da mulher na janela, nos doces de compota como se fazia no século XIX. Na criançada brincando no terreiro, os cavalos nas portas das vendas enquanto seu dono dá uma “bebericada” antes de ir pra casa. Na comunidade quilombola de São José da Serra, com seus cantos e danças de raízes africanas. Tudo isso tendo como cenário a Serra da Beleza, banhada pelo tranquilo rio São Fernando.
Atrativos em Santa Isabel