Em 1960, os irmãos José Borges e Joubert criaram o projeto “Em cada casa uma canção”, para perpetuar as músicas brasileiras de amor, que fazem parte da tradição de Conservatória. Em cada casa do centro histórico foi colocada uma plaquinha metálica com o título e o nome dos autores da música. A tradição se encerrou em 2003, após o falecimento de José Borges no ano anterior, com a colocação da última das 403 placas de canções. Na época, José Borges contou a inspiração para a iniciativa dos dois:
“Ao término de uma serenata, permanecemos na praça, como era nosso costume, curtindo a lua ou o brilho de uma estrela distante. Então, nos perguntamos: Que estranho lugar é esse? Que mistério envolve Conservatória? Parece que as canções vieram correndo, de fora para essas montanhas, com o sentido de permanecer na alma de seu povo!
(…) Pensamos, então, numa forma de registrar essas canções para o futuro, porque poderia acontecer que a linguagem do amor se modificasse e os versos do passado marcadamente romântico, sob a influência da Escola Romântica de Literatura, não transmitissem realmente, aos jovens de então, a mesma sensação, o mesmo sentimento de amor que sentíamos quando cantávamos. Naquele instante, eu idealizei com ele um sistema de placas. (…) Combinamos que as placas teriam o nome da canção e dos compositores.”
José Borges e Joubert, que faleceu em 2003, foram os grandes incentivadores do movimento seresteiro em Conservatória.