Rua Nossa Sehora Aparecida, 111 – Aparecida Telefone: 2453-1995 / 2453-1711 www.palmeiraimperial.com.br
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Em 1960, os irmãos José Borges e Joubert criaram o projeto “Em cada casa uma canção”, para perpetuar as músicas brasileiras de amor, que fazem parte da tradição de Conservatória. Em cada casa do centro histórico foi colocada uma plaquinha metálica com o título e o nome dos autores da música. A tradição se encerrou em 2003, após o falecimento de José Borges no ano anterior, com a colocação da última das 403 placas de canções. Na época, José Borges contou a inspiração para a iniciativa dos dois:
“Ao término de uma serenata, permanecemos na praça, como era nosso costume, curtindo a lua ou o brilho de uma estrela distante. Então, nos perguntamos: Que estranho lugar é esse? Que mistério envolve Conservatória? Parece que as canções vieram correndo, de fora para essas montanhas, com o sentido de permanecer na alma de seu povo!
(…) Pensamos, então, numa forma de registrar essas canções para o futuro, porque poderia acontecer que a linguagem do amor se modificasse e os versos do passado marcadamente romântico, sob a influência da Escola Romântica de Literatura, não transmitissem realmente, aos jovens de então, a mesma sensação, o mesmo sentimento de amor que sentíamos quando cantávamos. Naquele instante, eu idealizei com ele um sistema de placas. (…) Combinamos que as placas teriam o nome da canção e dos compositores.”
José Borges e Joubert, que faleceu em 2003, foram os grandes incentivadores do movimento seresteiro em Conservatória.
A cidade, de clima seco e frio, fica a 580 metros de altitude e sua temperatura média é de 20 graus. Mesmo no verão, as noites de Conservatória são frescas e agradáveis. Conservatória é distrito de Valença, de onde dista 28 km. Está a 25 km da divisa de Minas Gerais, fica a 160 quilômetros do centro do Rio de Janeiro e a 480 quilômetros de São Paulo.
O Túnel do Capoeirão é o maior construído na região. Por ele passava o trem da Rede Mineira de Viação, puxado pela “Maria Fumaça”. Tem 450 metros de extensão e, a exemplo do Túnel que Chora, com 50 metros, no centro de Conservatória, foi cavado pelos escravos.
A Ponte dos Arcos é uma construção centenária erguida em pedra ligada com óleo de baleia, que os portugueses traziam como lastro nos navios que levariam nossas riquezas para Portugal. Foi construída antes da Abolição da Escravatura para dar passagem ao trenzinho puxado pela “Maria Fumaça”, a locomotiva que hoje é uma das relíquias turísticas de Conservatória.
Conservatória é um dos mais antigos distritos de Valença, no Sul do Estado do Rio de Janeiro, e tem sua arquitetura colonial característica do século dezenove tombada pelo patrimônio histórico municipal. Hoje com quase cinco mil habitantes, esse pequeno enclave nas serras do Sul Fluminense, rodeado por montanhas e ruas ocupadas por autêntico casario colonial, passou por outros batismos, antes de ter o nome nacionalmente conhecido. Primeiro, foi a Conservatória dos Índios Araris. No século 19, D. João VI autorizou a criação de uma sesmaria para estabelecer os Araris, um dos braços dos Coroados, índios originários de Valença, que viviam em guerra com outras tribos. Ele foram deslocados para a região pela administração da Coroa Portuguesa ao serem abertos os primeiros caminhos para o desenvolvimento da cultura cafeeira no Médio Paraíba. Com a chegada dos Jesuítas, foi fundado o Curato de Santo Antonio, e o vilarejo passou a se chamar “Santo Antonio do Rio Bonito”, nome de um dos rios que cortam o vilarejo. Em meados do século 20, por haver outras cidades com o nome de Santo Antonio no estado, buscou-se a denominação de origem. Não existiam mais os Araris, mas Conservatória – palavra de origem portuguesa, que até hoje designa um tipo de cartório em Portugal para registro de populações e documentos – ficou, então, como o nome definitivo.