A estação de Santa Isabel do Rio Preto teria sido inaugurada em 1893 já pela V. F. Sapucaí. O seu nome inicial. pelo menos ainda no projeto, era Joaquim Matoso, que, aliás, foi o nome dado mais tarde (1931) para uma estação na linha da Barra, mais ao norte, em Minas Gerais. O prédio serve hoje como posto policial e estação rodoviária. Está tombado pelo Patrimônio Histórico Municipal.
A construção da Estrada de Ferro Santa Isabel teve início em 23 de agosto 1878, tendo sido liderada pelo coronel Leite de Souza e o engenheiro Pedro Carlos da Silva. Com o fim do império cada dia mais próximo aumentava a necessidade de inaugurar a ferrovia o quanto antes. No entanto, duas grandes obras de engenharia atrasavam a chegada da estrada até Santa Isabel – um túnel de 400m e um viaduto de 50m de extensão e 12m de altura. Com a impossibilidade de se fazer a inauguração em Santa Isabel do Rio Preto – o que seria natural -, a ferrovia teve que ser inaugurada em Conservatória antes que os trilhos chegassem ao destino final. Assim, em 21 de novembro de 1883, o próprio imperador D. Pedro II compareceu à cerimônia de inauguração – o que atesta o prestígio dos isabelenses junto à corte. O tráfego chegaria em Santa Isabel somente três anos depois, em maio de 1886.
A Cia. Estrada de Ferro Santa Isabel contava com 74,5 Km com bitola de 1m, Em 1893, a ferrovia foi estendida até Santa Rita de Jacutinga. A Cia. E.F. Santa Isabel depois fez parte da Companhia Viação Férrea Sapucahy, mais tarde encampada pela Rede Mineira de Viação. Santa Isabel foi servida por ferrovia de 1886 até 1961 quando a RMV foi desativada. A Cia. Estrada de Ferro Santa Isabel serpenteava sinuosa por entre as serras e matas da região. Levava o valioso café até Barra do Piraí que de lá seguia para exportação e para os mercados do Rio de Janeiro. Na volta, trazia os recursos que permitiam o progresso da região. Por ela os isabelenses iam a busca de estudos, maiores recursos e diversão, e vinham as famílias veranistas, caixeiros viajantes, doutores, e homens de negócios de toda ordem para tratar com os ricos “coronéis” isabelenses. Tinha um visual deslumbrante da Serra da Mantiqueira e do Vale do Rio Preto, com ponto alto nas travessias do Túnel do Capoeirão e da Ponte dos Arcos, hoje, duas das mais impressionantes atrações turísticas da região.